14.3.07

Sem meias palavras

Lembrei que, quando entrei no CEUT, tinha uma meninazinha que andava sempre com um meninozinho. Toda vez na hora do intervalo, ela vinha, toda saltitante, com aquele salto de madeira batendo no chão, altamente barulhento, me chamando pra descer com eles. - Não, deixa pra próxima, certo? Vou ficar estudando um pouco.

Era só ela virar as costas que eu corria lá pra baixo e lanchava com outras pessoas. Acho que, no final, ela me venceu mesmo pelo cansaço. Só Deus sabe porque ela queria se aproximar.

Passa a fita e algumas viagens depois, alguns tantos anos seguintes, muitas histórias pra contar e hoje eu não vivo mais sem ela.

A Gorda me faz rir, me faz chorar (pouquíssimas vezes), me faz crescer, me faz sentir inteligente (muito mais do que eu sou), me faz cuidar dela, cuida de mim, é pau pra toda obra, me mostra músicas legais, dança o pancadão comigo no carro (sem vergonha de quem passa)... sem mais palavras, sem meias palavras, sem mais nada pra dizer.

......fiquei no telefone com a Gorda. Como a gente fala tanta besteira, durante tanto tempo e sem cansar!! Parece que quando o assunto tá acabando, outro vem logo em seguida, e assim a gente fica por horas, só batendo papo.......