30.3.07

(eu o levo no meu coração)

Para você...


Eu adoro tardes assim... A janela aberta, o ventilador ligado, Malhação passando na tv, a luz desligada, você do meu lado...
Eu, na cama. Você, na rede.
A gente come chocolate e conversa besteira. E é assim, desse jeito, que eu descubro como te amo.
De todas as coisas que a gente faz, essa é a minha preferida.

Eu, na cama. Você, na rede.

Adoro sair pra balada com você e saber que sempre posso olhar pro lado que te encontro, de vez em quando olhando pra mim pra saber se eu tô legal.

Adoro fazer compras com você, que sempre me diz que a calça sem bolso atrás agora me deixa se "um pingo de bunda".

Adoro comer sushi com você, que demora mil anos entre um sushi e outro, lambe até o copinho de shoyu e ainda acha bom.

Adoro quando você me pergunta alguma coisa, achando que eu sei de tudo no mundo.

Adoro quando a gente assiste filme e eu posso jogar pequenas "pérolas" culturais sobre tal ator, e você, ao invés de mandar eu me calar pra prestar atenção na história, olha pra mim com a cara mais interessada.

Adoro que quando você sorri, tem três ruginhas que aparecem bem no meio da sua sobrancelha. Mas, acima de tudo, eu adoro a gente assim: eu, na cama, e você, na rede.

Adoro quando você viaja e minhas coisas no banheiro ficam todas bem organizadinhas do jeito que eu gosto; adoro quando você está em casa, e a bagunça do meu quarto se mistura com a bagunça do teu.

Adoro ser uma pessoas que pode confiar em você sempre-acima de tudo-mais-do-que-todo-mundo-toda-hora-bem-forte; adoro que você confia em mim na maioria das vezes.

Adoro saber que você me desculpa pelas besteiras que eu faço e pelas tolices que eu digo; e mais ainda, adoro poder fazer e falar elas pra você.
Mas, acima de tudo, eu adoro a gente assim: eu, na cama, e você, na rede.
Adoro quando você fica falando e eu querendo que você fique calada por pelo menos um minuto; adoro também quando eu finalmente decido dizer alguma coisa, e você fica bem séria olhando pra mim, nem pisca direito.
Adoro a certeza de que, não importa aonde estamos, "eu levo o seu coração comigo, eu o levo no meu coração"...


eu levo o seu coração comigo : e. e. cummings


eu levo o seu coração comigo (eu o levo no meu coração)

eu nunca estou sem ele

(a qualquer lugar que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito

por mim somente é o que você faria, minha querida)


tenho medo


que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura)

eu não quero nenhum mundo (pois bonita, você é meu mundo, minha verdade)

e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique

e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar

aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe

(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão e o céu do céu de uma árvore chamada vida,

que cresce mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)

e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes

eu levo o seu coração (eu o levo no meu coração)




29.3.07

"E fui me enganando sem sentir..."

Peguei a trilha sonora de Paraíso Tropical e empaquei nessa música. Linda! Tudo nela é lindo! Só de ouvir me bate uma onda de coisas boas... me dá vontade de acender um cigarro, colocar os pés pra cima e ficar só pensando... pensando em tanta coisa... coisa importante, coisa besta, coisa que pode mudar o mundo, coisa que nem vai mudar nada, coisa que pode mudar só em mim... e, mais importante, coisas que só eu posso mudar.

Carvão- Ana Carolina

Me cortou como um clarão, Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão, Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém
E eu fui me enganando sem sentir
E fui abrindo portas sem sair
Sonhando às cegas, sem dormir
Não sei quem é você
O amor em seu carvão, Foi me queimando em brasa no colchão
E me partiu em tantas pelo chão
Me colocou diante de um leão
O amor me consumiu, depois sumiu
E eu até perguntei, mas ninguém viu
E fui fechando o rosto sem sentir
E mesmo atenta, sem me distrair
Não sei quem é você
No espelho da ilusãoSe retocou pra outra traição
Tentou abrir as flores do perdão, Mas bati minha raiva no portão
E não mais me procure sem razão
Me deixe aqui e solta a minha mão, E fui flechando o tempo, sem chover
Fui fechando os meus olhos, pra esquecer
Quem é você?

Às vezes as amigas falam que ela é muito boazinha, muito amiga. Há pouco, esse era exatamente o assunto com Le Fabuleux Amélie... ela sabe que é estranha ... pelo menos às vezes, que nem ela mesma se entende, por isso fica difícil se explicar.

O que sabe é que mesmo sem saber os porquês, é feliz... assim, na dela, calada, falando pouco, rindo de tudo, tentando ajudar quando pode, fazendo de tudo pra esquecer as coisas que não vão dar certo...

e se, dessa vez, desse?

28.3.07

Feliz, bem feliz...


Tomou um banho demorado, usando todos os produtos que pôde encontrar nas prateleiras do banheiro. Até mesmo aquele condicionador caro, que ela guardava para uma ocasião especial - que há dois anos não via a luz do dia, foram usados.

Saiu e, ainda enrolada na toalha azul, fez uma maquiagem poderosa. Muita sombra preta, esfumaçada com uma leve camada de dourado, daqueles que a gente só usa em festas beeemm chiques.

Foi no armário e escolheu um vestido que não usava desde a formatura da sua irmã. Olhou-se no espelho e viu que os quilinhos a mais ficaram ainda mais aparentes com o passar dos anos. Por isso, trocou o vestido pela blusa de seda colorida e uma saia curta preta, que com o sapato que usava não deu tão certo. Depois de mais umas olhadinhas no espelho, andando de lá pra cá, fazendo o teste de sentar na cadeira pra saber se a calcinha vai aparecer, ela resolveu que ia ser mesmo o vestido, já que, afinal de contas, nem foram tantos os quilinhos a mais...

O sapato, preto com o salto finíssimo, que dóia até quando ela respirava, era a única opção para fechar o look.

Pronto, colocou um perfume bem forte, daqueles que dizem "cheguei e estou podendo!" e saiu disposta a encontrá-lo. Sabia que essa era uma festa que ele não perderia por nada, e, por isso, ela também queria estar lá.

Chegou cumprimentando todo mundo, jogando beijinhos para todos os lados, sorrisos para os amigos que não via fazia tempo... e foi de uma vez que ela sentiu... de leve, um arrepio que podia ser também um calafrio, um desconforto inconsciente.

Olhou para o lado e viu que ele estava lá. Lindo, como sempre, com a calça jeans escuro e uma camiseta preta. Parecia ainda mais perfeito do que a última vez que o vira.

Ele também, olhava para ela... será que..??

Quando chegou até onde ela estava, sorriu - aquele sorriso meio de lado, que só ele sabe dar, enrugando de leve as três últimas ruginhas embaixo dos olhos - e perguntou como estava.

-Bem, e você?
-Vou indo. Quanto tempo.
-É, quanto tempo... Você parece bem
-Ah, obrigado, gentileza sua.. até engordei uns quilinhos a mais
-É...
-Pois é...
-Então...
-Hum.. vou indo. Te cuida!
-Sabe o que? Estava pensando.. será que daria certo se eu...
-Não, acho melhor não. Vou encontrar um amigo daqui a pouco... sabe como é.. jantarzinho à dois...
-Ah, certo, tudo bem, entendo, não se preocupa, era só uma idéia, só se você pudesse mesmo, mas já que tem outros planos, tudo bem, eu também tinha combinado uma saída com os caras, sabe como é, dar uma rodada pela noite e...
-Olha, foi bom te ver...
-Você também, e a gente se fala, quem sabe se eu te ligasse, e talvez a gente combinaria outro dia, talvez só um drink e...
-Não, acho melhor não...

Virou, deu as costas e saiu. Entrou no carro e voltou pra casa. Ligou a televisão, jogou-se no sofá e assistiu a novela das 8h.

Feliz, bem feliz...

27.3.07

Tua cadeira tá guardada...


Procurei algum texto, poema, música, citação ou qualquer outra coisa que pudesse expressar o quanto sentiremos saudades de você. Quase não achei. Como encontrar, nas palavras de outro, aquilo que só nós sabemos de você? do seu jeito de sorrir? das loucuras que só você tem coragem de dizer?


Sentiremos saudades, mas tudo sabendo que ela viajou para encontrar um sonho (precisa explicar não, né??). Deixou para trás amigas que a amam, uma família que não tira ela da cabeça, tanta gente que encontra nela consolo... que saudades!


Ela ainda nem viajou e nosso grupo já está assim, desfalcado.. faltando um pedação beeemmmm grande! Faltando uma loirão (ou um lorão, ou uma blonde, ou uma lorãozinha)... Tá faltando você... mas a gente espera, bem aqui, indo pros mesmos lugares e fazendo questão de lembrar das coisas engraçadas que você diz, das histórias que sempre são melhores quando você conta, do medo de pegar pneumonia na chuva (ihh!! nem tem mais medo,né??), de "hoje, chegar em casa só amanhã, de ir para casa "só mirando"....


Estamos guardando tua cadeira amiga... sempre!


---->>> No final das contas, achei uma música legal... muito legal mesmo, do Capital Inicial<<<-----

"Você já me viu sério, Já me viu de porre
Me viu fazendo drama Pela sua desordem
Mas triste... Isso eu nunca quis
Que você visse..."
Capital Inicial - Seus Olhos









Se ele te amar...

Quem disser que não sonha com um amor, desses de cinema, de beijão na boca, de abraçar e levantar o pezinho (de leve), de dormir junto, de acordar mais juntinho ainda, de dividir segredos, de espalhar novidades, de fazer loucuras, de sonhar acordado, de dormir tarde pensando, de brigar por ciúmes, de pedir desculpas por engano, de ouvir toda música na rádio e achar que foi feita pra vocês dois, de checar email a cada segundo, de entrar no messenger não importa aonde esteja, de chegar cedo em casa pra ver se ele vai ligar denovo, de fazer promessa se ele ligar, de fazer mais promessa ainda se ele te amar...
ah, e se ele te amar....

É assistindo filmes românticos como "O morro dos ventos uivantes" que a gente percebe como precisa de alguém... por isso eu, aqui no meu canto, assisto "Cidade de Deus", com toda sua real/brutal violência e acho o máximo...

Ao menos não estou sonhando ...

Como hoje eu tô sem um pingo de inspiração, resolvi ser bem plagiadora mesmo! Aproveito o pequeno espaço abaixo para colocar trechos de um dos meus livros/filmes prediletos do mundo inteiro toda hora beeemmm forte. "O morro dos ventos uivantes" é daqueles livros que você lê e fica dias pensando, sonhando, quase rezando pra um dia ter uma vida tão cheia de amor quanto o pessoal das páginas.

Heathcliff: Catherine Earnshaw, may you not rest so long as I live on!
I killed you.
Haunt me, then! Haunt your murderer!
I know that ghosts have wandered on the Earth.
Be with me always.
Take any form, drive me mad, only do not leave me in this dark alone where I cannot find you.
I cannot live without my life! I cannot die without my soul.

Heathcliff: If he loved you with all the power of his soul for a whole lifetime, he couldn't love you as much as I do in a single day.

Cathy: Heathcliff, make the world stop right here. Make everything stop and stand still and never move again. Make the moors never change and you and I never change.
Heathcliff: The moors and I will never change. Don't you, Cathy.
Cathy: I can't. I can't. No matter what I ever do or say, Heathcliff, this is me now; standing on this hill with you. This is me forever.

24.3.07

Exit


I hope the exit is joyful and I hope never to return ...- Frida
E foi assim que te vi, sentado na mesma cadeira de sempre, com fios e mais fios na mão, olhos sem tanto brilho, mas feliz. Eram quase duas horas da manhã e você ainda estava acordado.
Depois, fiquei sabendo que na verdade, você dorme e acorda várias vezes, o tempo todo.
Conversamos, e foi tão bom... Você me contou estórias, eu te contei o que estava fazendo, a gente sorriu... e percebi o quanto gosto de você. Claro, isso eu já sabia.
Mas, hoje de madrugada, enquanto jogávamos conversa fora, me bateu, assim como um caminhão em alta velocidade: o quanto eu gosto de você... o quanto você foi, é, e será, importante para mim.

Estou escrevendo e você acordou. Olhou aqui dentro do quarto e sorriu, bem rápido. Andando com passos bem lentos, mas seguros, sabendo aonde vai.

É tão bom estar aqui, de volta, lembrando daquelas coisas pequenas que a gente acha que esqueceu... lembrar dos almõços barulhentos, com todo mundo correndo de um lado pro outro, lembrar das caminhadas que a gente fazia até a locadora para alugar filmes antigos, as vezes que você cuidava da gente lá em casa, as broncas que você dava quando a gente era chata com a mamãe... nossa, viajar pelo túnel do tempo é dolorido.
Geralmente as melhores memórias fazem o coração dar pulinhos de alegria, mas quando ele volta ao lugar certo, acho que o salto machuca esse órgão tão importante... explicações falsamente científicas à parte, sei que dói.

Vou indo, preciso terminar de ler um livro (puramente para ampliar meu vocabulário), fumar um cigarro, beber água, ver você dormindo por um pedacinho, trocar de roupa, ajeitar a cama, beber um pouco de guaraná e, só por mais um pouquinho, ver você dormir...
assim...
como se ainda estivéssemos conversando... jogando papo fora...
assim...

22.3.07

A olhadinha...

"Por favor... cativa-me! - disse a raposa.

- Que é preciso fazer?
- É preciso ser paciente.
Sentarás primeiro longe.
Eu te olharei e tu não dirás nada. A linguagem é fonte de mal-entendidos.
Mas cada dia sentarás mais perto...
E virás sempre na mesma hora.
Se tu vens às 4, desde às 3 eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.
Às 4 horas, então, eu estarei inquieta e agitada:
descobrirei o preço da felicidade.
Mas se tu vens a qualquer momento,
nunca saberei a hora de preparar o coração...

Assim, o principezinho cativou a raposa.
Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho.
Eu não queria te fazer mal, mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis.
- Mas tu vais chorar!
- Vou.
- Então não sais lucrando nada!
- Eu lucro, por causa da cor do trigo. Vais rever as rosas e volta.
Tu compreenderás que a tua é única no mundo."
O Pequeno Príncipe


Quando soube que vinhas, desci correndo.

Não, não ia te esperar. Apenas resolvi fumar e, se coincidiu com a notícia de que você viria, fazer o que?

Escolhi um lugarzinho legal e sentei. Acendi o cigarro, bem blasé (existe palavra mais chique do que esta??), guardei o isqueiro amarelo dentro da bolsa e comecei a tragar.

Nunca, em toda minha vida, demorei tanto em cada baforada.

A cada carro que passava, pensava que podia ser você.

Até nos carros que não eram os teus, imaginava pequenas histórias, como se você pudesse ter batido o carro e, ao invés de esperar pela perícia, pediu o carro de algum motorista que passava na hora.

Oras, vai dizer que isso nunca aconteceu com você antes??

Cada passo, cada buzina, cada ruído que o vento fazia ao bater nas folhas daquela árvore, todas as pessoas que passavam por mim... eu sorria e pensava: como sou tola! provavelmente na hora que eu subir, ele aparece!

Mesmo assim, continuei ali, fingindo que não estava nem aí, com o coração pulando a cada segundo.

Nada.

Fiquei pensando que, a humilhação da espera deve ter matado milhares e milhares de nós.

"Mulher encontrada morta em ataque fulminante do miocárdio". Rum, miocárdio que nada! Aquilo ali foi a espera, a aflição de não saber se ele chegava ou não, que horas ele chegava e, até mesmo com quem vinha.

Foi pensando em muito, por pouco tempo, que me toquei: poxa, essa não sou eu.

Esperando alguém que não vem, consciente daquela humilhante situação, olhando para trás toda vez que estou em algum lugar.

- sabe aquela olhadinha que todas nós damos? aquela virada/olhada/coisa bem blasé/discreeeta que a gente pensa que todo mundo vai pensar que é para ver quem está na balada, só que todo mundo já sabe que a gente está é procurando ele...

Apaguei o pouquíssimo que restava do cigarro e subi.

E aí, quando pensei que tinha vencido aquela fraca que desceu para esperar, dei aquela olhadinha...

aquela virada/olhada/coisa bem blasé/discreeeta ...

21.3.07

Maldita tampa

Ela não conseguia. Tentava, em vão, abrir aquela maldita garrafa de água.


"Porque fazem estes lacres? Porque simplesmente não usar um botão para abrir a água?"

Recusou-se a parar o carro e pedir ajudar.

"Maldita seja a garrafa de água, e malditos sejam os homens que inventaram a porcaria deste lacre".

Sim, claro que foi um homem que inventou tal objeto. Porque pensar em unhas compridas e recém-pintadas? Pra que lembrar que nem todos nós nascemos com a força de Hércules?
(tá bom, pode ser exagero, mas convenhamos que nessas horas de desespero, qualquer pessoa pode se dar ao luxo de ser exagerada)

Tentou usar a boca para puxar os 3 nanocentímetros de plástico que os fabricantes (homens!!!) deixam para que seja possível torcer e puxar a tampa. Nada. Nem se mexeu.

Por que, afinal, é que ela queria'água? Podia muito bem deixar pra beber quando chegasse em casa. Onde já se viu? Comprar água na rua? Coisa de quem tinha dinheiro e nada para gastar. Ela não era assim...

Droga, não adiantou. A tentativa frustrada de se enganar, de tentar achar que não estava com sede fracassou miseravelmente; assim como as outras inúmeras tentativas de abrir a garrafa de água.

Como pode? Ela trabalha, estuda, lê, sai de casa, paga contas, sobe escadas, corre no meio da rua para não perder aquela matéria exclusiva e, mesmo assim, consegue ser derrotada por alguns centímetros de plástico reforçado. Só dava para acreditar vendo.

"Moço, por favor, o senhor pode abrir aqui esta garrafa pra mim?"
"Não, não tem nada de errado com a tampa"
"Sei, sei.. claro que eu consigo abrir sozinha, é que estou com o dedo fraturado. Acabei de cair no chão, bem encima dele"
"Ah, obrigada. É, já estou indo cuidar dele agora mesmo. Colocar gelo, hipoglos, tudo que precisa"
"Não, claro que eu sei. Estava só brincando. Vou só colocar gelo mesmo"
"Tropecei em que? Bom, na minha auto-estima. Só assim cosegui criar coragem para parar o carro aqui neste posto e pedir para o senhor abrir a porcaria desta tampa"
"Pro senhor também... e obrigada novamente"

Foi, bebendo a água e pensando se, quando crescesce, poderia inventar uma tampinha especial... Daquelas que saem só com o pensamento ou, no máximo, um clique...

20.3.07

Dizeres do coração

Após anos sem ver o antigo grupo, ela resolveu aceitar, enfim, mais um convite para o almoço.

Nossa, como elas continuavam as mesmas.

Cada uma tão diferente, tão singular. E, mesmo assim, elas pareciam estar em plena sintonia, conversavam como se todos os assuntos do mundo pudessem surgir assim, do nada, e virar tópico para profundo debate. As cores mais novas dos esmaltes no supermercado; o problema da crise financeira na Tailândia; as melhores matérias na revista do mês; o novo filme do Walter Salles; o paredão de hoje do Big Brother; do importante ao mundano, elas conseguiam tecer - às vezes por horas - qualquer assunto. Na mesa, as long necks acumulavam-se.

No rosto, sorrisos.

Poxa, quanto tempo faz que não vejo todas elas assim, reunidas? A resposta, ela sabia, não importava. Afinal, não fora ela que decidiu "boicotar" as reuniões? Não fora ela que decidiu ficar em casa e ser feliz? "Bom, valeu a pena", sua mente decidiu.

O coração, este não, assim como ela havia decidido não ir mais, o coração decidiu não ser enganado e gritou:

-Sinto saudades! Queria poder saber do que elas estão falando, estar por dentro das conversas tão íntimas que mais pareciam em código.
As horas passando e, em pouco tempo, iriam todas embora. Cada uma pegando seu rumo, caminhos diversos, afinal, eram pessoas diversas.

E ela? Prometeria voltar na próxima vez, enquanto elas prometiam que ligariam.

Devia ter mantido contato, devia ter saído mais com elas, devia ter feito tanta coisa.

Mas a razão dizia: "Bom, valeu a pena".

O coração, este não, tentava explicar que não importava o quanto ela mudasse ou quanto tempo passasse, ela sentiria saudades. Um dia, ela chegaria de mansinho, pareceria um leve incômodo, até tornar-se insuportável...

Mas a razão dizia: "Bom, valeu a pena"...




19.3.07

Sem rumo...

Colocou o vestido preto, a sandália de tirinhas que mal segurava no pé, a bolsa de festa azul turquesa. Maquiou os olhos como sempre - pretos com bastante rímel. Pegou a carteira, muito grande para a bolsa, por isso sempre acaba no porta-luvas do carro.

E saiu.

Sem rumo, sem destino, dirigindo sem direção. No rádio Chico Buarque. As músicas mais novas, aquelas que não são tão boas quanto as antigas. Mas, enfim, era Chico.

Resolveu parar e fumar um cigarro. Pensou no que podia acontecer, pensou no que estava preocupando-a. Se tinha tudo para ser feliz, porque então seu coração parecia tão triste? Segredos, não tinha. Mentiras, eram tão poucas... Saudades sim, essas eram eternas...

Mas porque agora, somente agora, a tristeza resolvia mostrar sua cara? No meio da noite, entre uma canção e outra, entre um cigarro e outro? Foi aí que percebeu: não, aquilo não era tristeza... e se fosse, passaria.

Tudo na vida não passa?

Ela também passaria.

17.3.07

Sarah McLachlan - World On Fire

" watch the heavens but I find no calling, Something I can do to change whats coming,

Stay close to me while the skys falling, I don't wanna be left alone,

don't wanna be alone" : worlds on fire

Esse é um dos clipes mais interessantes que eu já vi... combina bem com meu dia hoje. Tô me sentido assim, meio sem graça, meio triste, meio de pá virada, meio sozinha, meio sem rumo, meio sem saber como vai ser, meio fora de mim, meio desligada (bem ao som de Mutantes mesmo)... Estou relendo pela quarta vez "Nas Margens do Rio Piedra, Eu Sentei e Chorei", dormindo menos, brincando mais com o Gordo, comendo docinho quando dá vontade...

Screwed


Manda ele catar coquinho

Enquanto andavam, em meio a vendedores ambulantes, crianças correndo ao lado de mães que conseguiam correr ainda mais, ela virou e perguntou: -e se ele não ligar?

Em três segundos, as nuvens se abriram, a rua esvaziou e, tudo que se podia ouvir, era a buzina de um carro a mil quilômetros de distância...

-Não, de verdade, e se ele não ligar?

Como pode ser isso? Evoluímos, ganhamos o direito de votar (que na verdade nunca deveria ter sido negado), trabalhamos e competimos em pé de igualdade com o sexo oposto, não dependemos mais de homem nenhum (pelo menos se a gente quiser), batalhamos pelo que sonhamos, escolhemos com quem iremos casar (ou se queremos continuar casadas, ou se queremos casar, ou só morar junto, ou só namorar, ou só ficar de namorico no portão...), saímos à noite para pegar as amigas, podemos conversar em qualquer lugar.

Evoluímos, mas continuamos assim, querendo amar.. querendo que o príncipe encantado chegue - de ônibus, de bicicleta, de carro, de carona, poxa, a gente até vai te pegar em casa!! ...

Evoluímos, mas continuamos com medo do pneu furar e não ter ninguém por perto que possa trocar pra gente, com medo de sair à noite sozinha, com medo de ficar pra titia e todo mundo que a gente conhece já ter casado e ter cinco filhos, medo de ter frio à noite e não ter ninguém pra encostar no nosso pé e esquentar um pouco, com medo de alguém que a gente ama morrer, medo de ficar sozinha em casa e ouvir um barulho estranho, com medo de quebrar o salto no meio daquela festa, com medo de engordar, com medo de beber muito e passar mal...

Evoluímos e percebemos que, mesmo se ele não ligar, a gente pode ficar legal. Pode ligar pra turma, combinar um chopp e cair na noite...

-E se ele não ligar?

Cara amiga, se ele não ligar, você pega seu telefone e liga pra ele! Manda ele ir catar coquinho, esquecer seu telefone e procurar uma mocinha que esteja a fim de cair nesses joguinhos que meninozinhos como ele fazem com meninazinhas bem bobinhas.

E aí, pra remendar seu coração, a gente vai te encontrar lá naquele boteco, tomando aquela cervejinha bem gelada pra falar mal dele e de todos os amigos/conhecidos/pessoas que falam com ele na rua/do porteiro do prédio dele/da menina que estudou com ele na 5a. série/carro dele e amaldiçoar até a quinta geração do boboca.

-E se ele não ligar?

.................mera ficção, qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.......

15.3.07

A-M-O!

(Em homenagem a duas das mulheres mais divertidas, animadas, viajadas, de bom gosto, descoladas, lindas,
simpáticas, carinhosas, tudo de bom, amantes do Chico, perfeitas que eu conheço. A-M-O!)

Mamãe, Coragem: Torquato Neto
Composição: Caetano Veloso e Torquato Neto


Mamãe, mamãe não chore
A vida é assim mesmo eu fui embora

Mamãe, mamãe não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí

Mamãe, mamãe não chore
A vida é assim mesmo eu quero mesmo é isto aqui

Mamãe, mamãe não chore
Pegue uns panos pra lavar, leia um romance
Veja as contas do mercado, pague as prestações

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
os corações dos filhos
Seja feliz, seja feliz

Mamãe, mamãe não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz,
Mamãe, seja feliz

Mamãe, mamãe não chore
Não chore nunca mais, não adianta
eu tenho um beijo preso na garganta

Eu tenho um jeito de quem não se espanta
(Braço de ouro vale 10 milhões)
Eu tenho corações fora peito

Mamãe, não chore, não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar leia um romance
Leia "Elzira, a morta virgem", "O Grande Industrial"

Eu por aqui vou indo muito bem ,
de vez em quando brinco Carnaval
E vou vivendo assim: felicidade na cidade
que eu plantei pra mim

E que não tem mais fim,
não tem mais fim,
não tem mais fim

E os filhos? E a casa?

Entrou no carro bem rápido. Trancou as portas e girou a chave, tudo com a rapidez de quem faz isso há anos. Passou algumas músicas e escolheu aquela que mais parecia agradar. Começou a dirigir, garganta apertada, olhos marejados, vidros abaixados, o vento nos cabelos e o cigarro no canto esquerdo da boca.

A cada tragada, o coração dela ficava mais leve, assim como seus pensamentos. Nem pensava nele, na briga, no que havia acontecido, no que seria daqui pra frente e, muito menos em todo o tempo que passaram juntos. Todos os filhos que teriam, os nomes que iriam dar à cada um, a casa de tijolos aparente com um pequeno jardim atrás, o quarto com a cama queen e lençóis amarelo-claros, a blusa que já nem sabiam mais de quem era, as meias gastas com pequenos furinhos no dedo, as férias que tirariam, os aniversários que comemorariam juntos ... Tragou. Ficou mais leve, sorvendo, em cada segundo, o doce prazer calmante da nicotina.

O sinal vermelho pediu que ela parasse. Ignorando, seguiu em frente sem ao menos olhar para os lados. Quantas vezes havia repreendido as amigas por terem feito o mesmo? Tirou o cigarro da boca, aproveitando o embalo do carro, e mudou de faixa. Tudo fica tão mais tranqüilo à noite, parece que tudo faz sentido. Ligou a sinaleira para a direita e girou a direção, apertando com cuidado o acelerador. O cigarro havia acabado. Ela nem percebera.

Estacionou o carro e, segurando a bituca com a ponta dos dedos jogou-a no chão. Enquanto piscava, sentia a respiração pausada ritmar as batidas de seu coração. Pisou no que restava do cigarro e fechou a porta.

Enquanto andava, tentava respirar e ter certeza de que vivia. E os filhos? E a casa? E as meias rasgadas? E a blusa? E as cores pastéis? Embora.

Pegou o telefone e discou, com cuidado, mas rápido o suficiente para não mudar de idéia...

E os filhos? E a casa?

E ..

14.3.07

Sem meias palavras

Lembrei que, quando entrei no CEUT, tinha uma meninazinha que andava sempre com um meninozinho. Toda vez na hora do intervalo, ela vinha, toda saltitante, com aquele salto de madeira batendo no chão, altamente barulhento, me chamando pra descer com eles. - Não, deixa pra próxima, certo? Vou ficar estudando um pouco.

Era só ela virar as costas que eu corria lá pra baixo e lanchava com outras pessoas. Acho que, no final, ela me venceu mesmo pelo cansaço. Só Deus sabe porque ela queria se aproximar.

Passa a fita e algumas viagens depois, alguns tantos anos seguintes, muitas histórias pra contar e hoje eu não vivo mais sem ela.

A Gorda me faz rir, me faz chorar (pouquíssimas vezes), me faz crescer, me faz sentir inteligente (muito mais do que eu sou), me faz cuidar dela, cuida de mim, é pau pra toda obra, me mostra músicas legais, dança o pancadão comigo no carro (sem vergonha de quem passa)... sem mais palavras, sem meias palavras, sem mais nada pra dizer.

......fiquei no telefone com a Gorda. Como a gente fala tanta besteira, durante tanto tempo e sem cansar!! Parece que quando o assunto tá acabando, outro vem logo em seguida, e assim a gente fica por horas, só batendo papo.......

De volta à sala de aula


Hoje tive minha primeira aula de português... nossa, fazia tempo que não sentava em uma sala de aula. Meu professor é o Cineas. Com medo, entrei na sala. Atrasada, por pura preguiça, entrei morrendo de medo de levar uma bronca. Sentei meio atrás, peguei meu grafite. Droga! Sem ponta. Peguei a caneta mesmo... Depois de alguns minutos perdida, o Cineas me entregou a folha de exercícios: fonemas. Quantao tempo faz que eu não estudava fonemas. Depois das duas horas de aula, percebi o seguinte:
1) Não é à toa que o Cineas se garante! Inteligente, dedicado, super gente boa!!
2)Ainda tenho muito que aprender...
3) Tenho mais ainda pra estudar...
4) O Cineas não tem frescura, ensina sem desdobrar!!
5) Voltar à sala de aula nem foi tão ruim... nem doeu tanto como uma injeção.

13.3.07

Sessão Nostalgia...

Hoje foi níver do Luiz Mário. Pra quem não conhece, ele é um menino fofo, sorridente, lindo e, melhor de tudo, é filho da Simone e do Lobinho. Nossa, há quanto tempo eu conheço a Simone... desde que eu me entendo por gente. Na verdade, até antes disso.

Desde que o Lerote era no mato, e a gente passava o recreio brincando com os macaquinhos de lá.. desde que diversão era comer aqueles sacões de petisco e assistir filme na Globo... desde quando animado era colocar o vinil da Madonna pra tocar e ficar dançando feito louca na sala... desde sempre..

Isso são mais ou menos uns.. nossa!! tanto tempo!! desde a 1a. série. As outras da foto são do Lerote também, a Alice que eu amo e conheço desde o Lerote "no bosque", a Carla que estudou com a gente também e a Rochele, que nem precisa apresentar né?









12.3.07

Sapato Novo - Los Hermanos


Bem, como vai você?
Levo assim calado de lá
tudo que sonhei um dia
como se a alegria

escolhesse a mão pra não me alcançar
Poderia até pensar
que foi tudo sonho
ponho meu sapato novo e vou passear sozinho
como der
eu vou até a beira
besteira qualquer
nem choro mais

só levo a saudade morena
é tudo que vale a pena ...

Hoje, por coincidência ou não, ouvi Los Hermanos. Tá certo, não sou a maiioorr fã dos caras, mas acho que algumas músicas têm algumas partes legais. Então, eis que um dos cds que eu tenho é cheio de músicas deles. Fui passando, ouvindo algumas partes, passando rápidos por outras até que ouvi uma batidinha legal, e, aos poucos, me apaixonei: sapato novo.



Não sei o que a letra que dizer pra o compositor, mas sei que para mim tem um sentido todo especial. No final, fiquei me sentido legal, deu vontade de colocar meu sapato (não, não ia ser novo), andar até a beira, e ficar pensando em "tudo que vale a pena"...

11.3.07

Ainda consigo ser feliz

"Voces leram o texto da Biz? Conseguiu tirar as palavras da minha boca; os sentimentos do meu coracao; a raiva daquele lugar; a "perdicao" da alma; o desenraizamento do meu ser; a insensatez das coisas que fazemos; e a faca que mata o espirito enquanto isto ainda tenta viver. Acima de tudo, ela ME DEU UM GRANDE PRESENTE - falou de seu avô de um jeito que eu ainda não consigo comunicar ...
Que menina - que mãe - que irmã ... que família ..."

Fonte: Musa Buakei, 11/03/07


.....Porque quando eu pensei em desistir de tudo, arrumar uma mochila e fugir do mundo, me apareceram as pessoas que mais amo e disseram que tudo vai fazer sentido um dia... porque quando minha garganta trancou e meus olhos encheram d'água, você me convenceu a sair e fazer alguma coisa... porque quando eu ia desligando o computador, vi você dizendo que sente saudades e que tem orgulho de mim... porque quando eu fecho os olhos, ainda consigo ser feliz... só um pouquinho...

10.3.07

Só se for sozinho...


Só Se For Sozinho ...


O verde
À direita do palco
O vermelho
À esquerda

O forte amarelo
Ao centro

Outro verde
À direita

Luzes:
Fortes

Luz:
Aperta o botão

Desliga:
Pode queimar

Acende:
Pra iluminar

Meu coração:
É de samba
Luzes pra iluminar teu caminho
Pra onde quer que vás ...
Pra onde quer que vás...
(mas só se for sozinho)


....................Pensamentos avulsos na madrugada, estréia no comando do jogo de luzes do Raízes,
assistindo "Fica Comigo",
sozinha em casa, sozinha .........

9.3.07

Not Ready To Make Nice

Enquanto dirigia para pegar o Gordo na Animal's, a música começou a tocar. Poxa, coloquei ela no cd assim, por acaso, uma daquelas que você lê em algum lugar que é "sucesso de crítica" e decide baixar pra ver se é realmente tudo isso. Posso até ter ouvido ela antes, mas só agora prestei atenção na letra... e que letra! Pra quem não lembra (ou nem chegou a saber), quando Bush anunciou a guerra contra o terrorismo no Iraque, muitos fanáticos acreditaram em tudo que ele disse. Típica reação de um país abalado por uma tragédia, que no caso foi o ataque às torres gêmeas. Poucas eram as pessoas que ousavam se manifestar contra a guerra. Dentre elas um grupo de música country, chamado Dixie Chicks, criticou a guerra e Bush durante um de seus shows fora do país. Graças ao mundo globalizado, em pouco tempo, todos os estados unidos da américa do norte ficaram sabendo. Pânico! Choque! Como ousam fazer isso em terras estrangeiras? Criticar a decisão, tão sábia, daquele escolhido por nós? Bom, depois disso, as Dixie Chicks foram humilhadas, ameaçadas, duramente criticadas, tiveram shows boicotados, entrevistas canceladas - enfim, sofreram o pão que o diabo amassou. Agora, quando se provou que os motivos da tal guerra eram nada mais do que briguinhas particulares, eis que elas ressurgem com um cd novo e muitos grammys no bolso. A moral da história? Não sei, pode ser que nem tenha, podem ser divagações em uma noite de sexta dentro de casa. O que importa é a música. A letra. A história que conta. A lição que dá. As coisas que nos ensina. As que não diz, mas deixa subtendida. As palavras que, traduzidas, podem perder um pouco do significado, mas, mesmo assim, assustam por serem tão reais.


Not Ready To Make Nice - Sem estar pronta pra ser cordial
(tradução feita por mim mesma, tá? Ou seja, não é literal, é mais de idéias)

Perdoar soa bem.
Esquecer, Não tenho certeza que posso.
Eles dizem que o tempo cura tudo, mas ainda estou esperando

Acabei com qualquer dúvida
não restou nada pra decidir
eu paguei um preço, e vou continuar pagando

nao estou pronta pra ser cordial,
não estou pronta pra desistir,
ainda estou puta, e não tenho tempo pra ficar enrolando

é muito tarde pra ser cordial
eu provavelmente não seria mesmo se pudesse
porque estou puta

nao consigo me forçar a fazer o que você acha que eu deveria
eu sei que você disse
-porque você não pode só superar isso
Girou meu mundo inteiro, e acho que gosto

Fiz minha cama e durmo como um bebê
Sem arrependimentos, e não me incomodo em dizer
É uma história triste quando uma mãe vai ensinar sua filha que ela deve odiar uma completa estranha
E como é que no mundo, as palavras que eu disse fazem alguém pirar
ao ponto de me escrever uma carta
dizendo que é melhor eu calar a boca e cantar, ou minha vida vai acabar

I'm not ready to back down, I'm still mad as hell
And I don't have time To go round and round and round
It's too late to make it right
I probably wouldn't if I could
Cause I'm mad as hell
Can't bring myself to do what it is You think I should

Please, pretty please...

Gente, preciso de votos no overmundo, tá?? tá?? por favooorrr!!!!! por favorrrr!!!!!!

http://www.overmundo.com.br/overblog/mende

8.3.07

Podes Crer...

Conversamos tanto hoje...

Fazia tempo que não nos reuníamos assim, tomando vinho (claro que Santa Felicidade ou Dom Bosco)e tentando comer um carpaccio (horrível, diga-se de passagem). No meio de tudo isso, a gente ficou se perguntando como foi que, de tanta gente no mundo, fomos ficar amigas. Somos completamente diferentes, mas por incrível que pareça, quando estamos juntas, conversamos sobre tudo.

-É falta de coisa melhor!

Nem sei, pode até ser que seja. Mas acho difícil. Juntas, a gente ri, chora, reclama, fala mal, fala bem, divide angústias, almoça no shopping, bebe vinho no Biatta's Bar, come, bebe cerveja, manga umas das outras, manga das outras pessoas, fala de roupa, fala de cabelo, fala da falta de roupa, de banho, de banheiro ... Se a frase intimidade gera desrespeito for certa, perdemos o respeito umas pelas outras há muito tempo. Quando a gente se reúne, não tem frescura. Parece que, quando uma cala, a outra tem logo algo a dizer, e se não tem, diz do mesmo jeito. É por isso que a gente anda junta.

-Vou ser igual o Forest Gump, sentar num banco e começar a falar.

Oras, a gente já faz isso, só que, ao contrário de muuuuitaaaa gente, nosso banco já tá lotado: tem vocês e eu.

-Com tanta gente naquele lugar, fomos, logo nós, ficarmos amigas.

É, vai ver que foi o destino, ou vai ver que foi sorte. Mas, seja lá o que for, é bom saber que, no final do dia, a gente pode chegar em casa, tirar a chinela, sentar e ficar conversando sobre tudo, ou sobre nada. Quero deixar isso tudo registrado em ata.

O que é, meu irmão
eu sei o que te agrada
e o que te dói,
e o que te dói
é preciso estar tranqüilo
pra se olhar dentro do espelho
refletiro que é?
seja você quem for
eu te conheço muito bem
e isso faz bem pra mim
isso faz bem pra vida
onde quer que vá
eu vou estar também
eu vou me lembrar
daquela canção que diz
parapapapa....
bendito
encontro
na vida
amigo
é tão forte quanto o vento quando sopra
tronco forte que não quebra, não entorta
podes crer, podes crer,
eu tô falando de amizade

7.3.07

Falo?







Cheguei correndo, quase não te vi
Cumprimentei à todos
Sentei, pedi ao garçom um refrigerante
-Coca diet por favor.


Olhei ao redor, meio por acaso
E o acaso quis que eu te visse
Nossa, o tempo te fez bem...
Pensei se deveria ir até lá


Mas não, você parecia tão feliz
Sentado e conversando
Eu, também sentada,
Conversava
Pensava
Fingia que estava tudo bem
Conversava


-Outra coca diet, por favor.
Alguém disse que estava na hora de ir
-Mas porque tão cedo?
Pedimos a conta
Alguns cálculos depois
Conta paga
Levanto



Como queria poder ir até você
Só pra dizer "OI"
Pra você ver que eu continuo aqui
Continuo sorrindo
Saindo
Voltei a ser eu mesma
Será que você ainda lembra?



Me despedi de todos
Andei até o carro
Não olhei para você
Entrei no carro
Liguei o som
Ouvi o click do cinto-de-segurança
Fui embora
Não olhei para você ...

......divagações na madrugada ao som de Fiona Apple............

Bota Fé... Eu Boto!

BOTA FÉ: Composição: Rigberto Lima e Gramphone
eu vou me redimir
você vai recuar
eu vou me consentir
você tem que perdoar
eu não vou reagir
quando você voltar
alguem vai te fingir
teus olhos acordar
portões vão se abrir
pra todo esse amor passar
portões vão se abrir
pra todo esse amor passar
depois do beijo vem o açoite
Não quis te culpar
mas nada escurece mais
que a meia noite
a tendencia é clarear
******
*****
****
***
**
*
Dia de muito trabalho, mas muito trabalho mesmo... Mas, em compensação, a noite foi relax total. Papo nostalgia com a turma de 2004 de Publicidade do CEUT. E daí que eu não me formei com elas? Foi lá que eu conheci algumas das pessoas mais importantes da minha vida... Pessoas que eu nem acredito que existem por serem tão especiais pra mim. Combinamos outro encontro pra bater papo, e vou passar a semana toda cruzando os dedos para que dê certo. Não quero que seja aquela coisa de ...
-Então tá, a gente marca, né?
- Certo, eu te ligo qualquer dia desses
- Vou esperar, viu? É pra ligar mesmo.
... Tomara que dê certo.
Depois de jantar/bater papo/tomar uns mil litros de refrigerante/mangar dos afixionados por futebol, fui totalmente groupie e assisti o ensaio da Gramophone. Poxa, pensem numa banda boa. Tá, eu já sabia que eles eram legais, gente fina, etc, e o cd toca sempre no meu carrinho. Mas ver ao vivo, do lado da caixa de som, no ar condicionado, é muitoooo bom... E, claro, o fato deles terem tocado "Cotidiano" foi o final de uma noite muito legal.
Brigada a minha gordinha que me deixou em casa, dirigindo o carro gigante da casa dela sem fazer nenhuma barbeiragem. Você tá crescendo, né? Tô amando tudo isso!!!

6.3.07

Flags of Our Fathers



Hoje assisti o filme do Clint Eastwood. Não foi o que ganhou o Oscar porque este, infelizmente, ainda não chegou por aqui. O cara dá um show. Poxa, quando eu crescer, quero ser igual a ele - ao invez de insistir fazendo papéis que já não lhe caem bem, tomou um novo rumo, dirigir os filmes que ele gostaria de ter feito.
O filme fala da batalha de Iwo Jima, aquela que nem chegou a ficar famosa como a bomba de Hiroshima, ou a grande Dia D. Mas foi sangrenta, e mostrou que os EUA subestimam não só outros países, mas sua própria força militar. Mesmo com atores famosos, o melhor do filme ainda é o roteiro, as imagens, as transições de cena e tempo. Dos campos sangrentos da pequena ilha de Iwo Jima, somos jogados, e pegos de surpresa, em um estádio de baseball lotado. São bombas? Ou seriam fogos de artifício? Todo o enredo gira em torno dos militares que levantaram a bandeira encima da montanha em Iwo Jima: a foto, que circulou por todo país, levantou ânimos e serviu para manter a população, já descrente da guerra, disposta a esvaziar os bolsos e aguentar um pouco mais. Sem entregar a história do filme, no finalzinho, o personagem principal discorre sobre o verdadeiro motivo que leva militares a continuar lutando (tá bem aí embaixo). Poxa, ele disse que foi tudo por amizade. Por causa do seu "buddy". Isso sim é amizade. Enquanto nos dias de hoje você sofre tentando achar alguém que compre uma aspirina para você, os militares de antigamente morriam uns pelos outros. Se valeu a pena ou não, só eles sabem, mas de cara, tenho a impressão que sim. A gente só pode aprender a se entregar quando aprende que sozinhos, não podemos ser nem metade do que queremos. Só pensando... e pensando...


"I finally came to the conclusion that he maybe he was right maybe there are no such things as heroes maybe there are just people like my dad, I finally came to understand why they were so uncomfortable being called heroes. Heroes are something we create, something we need. It's a way for us to understand what is almost incomprehensible, how people could sacrifice so much for us, but for my dad and these men the risks they took, the wounds they suffered, they did that for their buddies, they may have fought for there country but they died for there friends. For the man in front for the man beside him, and if we wish to truly honor these men we should remember them the way they really were the way my dad remembered them..."

5.3.07


Filho do caseiro que trabalha para o milionário Antenor Cavalcanti, teve origem simples, mas soube aproveitar as chances que o patrão do seu pai lhe proporcionou desde cedo. Bonito e inteligente, se tornou um homem culto com hábitos refinados, sem perder a simplicidade. Competente administrador, conquistou, aos poucos, um alto cargo na empresa de Antenor. Franco e honesto, não se deixa intimidar pela agressividade do chefe. É sensível e se apaixona por Paula assim que a conhece.
A partir daí, sonha em viver ao lado dela, administrando um pequeno hotel em um paraíso tropical.

Paraíso Tropical

Pois é... mais uma segunda-feira: acordar cedo, tomar café-da-manhã, ir pro trabalho, entrega de instrumentos no Teatro de Arena, almoçar, cochilar, comer sushi com a família (ou parte dela), e eis que então: plin, plin! A Globo tem uma novela estreando hoje. É hoje mesmo? -Claro que é.
Paraíso Tropical. Nossa, fazia tempo que não ouvia um nome tão sonoro, e, se não sonoro, pelo menos que desse de bandeja o nada-esperado enredo, onde mulheres lindas, usando pouquíssima roupa desfilam pela bela Copacabana. Claro que existem os típicos "feinhos", mas convenhamos que em novela da Globo, até estes são mais bonitos do que o esperado. Poxa, saudades do Big Brother. Nada a ver, né? Mas era lá que eu via gente como a gente, com cara de Cida, de Augustinho, e não com cara de Antenor, Jáder, e Olavo. Inveja dos protagonistas, ou melhor, ciúmes da mocinha da novela. Existe casal mais lindo do que a Alessandra Negrini e o Fábio Assunção? Detalhe: ele, claro, o galã rico, loiro, simpático, totalmente boa-pinta, que vive no terrível mundo dos negócios só por enquanto não junta uma graninha para comprar seu próprio hotel, "de preferência longe do Rio", e conhece a mulher que ele sempre procurou. Estou apaixonada. Você não?
Mas o melhor da novela mesmo é a trilha sonora. Linda e cheia de músicas bem brasileiras, vai de Betânia à Gil.

4.3.07

"Aqueles que nos magoaram fizeram apenas o que sabiam fazer, em função das condições de suas vidas. Se você não perdoar, permitirá que essas mágoas antigas continuem a dominá-lo"
Wayne W. Dyer
Roubei esta frase aí de cima do flogão da minha amiga Michê... Acho ela tudo que há. Pessimista, mas, como quase tudo que é, realista também. Uma vez vi a Oprah (ebaaaa!! amooo!!) entrevistar a mãe de uma menina que havia sido assassinada. Ao invés de lamentar a vida, e querer se jogar embaixo do primeiro caminhão, ela estava lá, firme e forte, em plena rede nacional, ensinando que não se deve odiar as pessoas. Isso mesmo!! Ela estava perdoando o cara que matou a filha dela. Impensável? A explicação dela fez todo sentido do mundo... pelo menos racionalmente: a mágoa é um veneno que você toma, esperando que o outro morra. Isso.. já pensou? Assisti esse programa da Oprah há um tempão atrás, e quando menos espero, a Pitty tá com uma música e a frase que ela usa é exatamente essa.. claro que, assim como a mãe que teve a filha assassina, a Pitty também "surrupiou" a frase de outra pessoa. Quem será? Não importa, porque a mensagem continua ... seja em tragédias, seja para esquecer um coração partido, seja para se conformar com algo que, de princípio, pareça imperdoável ...