melancolia... melancolia...
e é do alto (ou seria baixo) da minha melancolia que te escrevo estas linhas mal traçadas, mal escritas, tão doloridas e tão sinceras... já vi um filme, já li dois capítulos daquele livro que você achou chato e agora a tv está ligada. Mas não, não é um dia como o de ontem.
eu ainda te vejo saindo pela porta e indo embora, fechando-a com tanto carinho que para o espectador incauto, você parecia querer ficar. Mas não, não para mim. Eu sabia desde o começo que a gente seria só isso mesmo. Uma noite. E nada mais.
sem nada para dizer, ainda tentei encontrar teus olhos, mas já era tarde. A porta estava fechada.
foi tarde demais.
e o pior é saber que, mesmo hoje, do alto da minha melancolia, se você me desse um sinal, eu me consumiria de culpa, de gula, e sairia correndo, entraria no carro e acenderia um cigarro atrás do outro, avançaria sinais vermelhos, venceria a dor e a vergonha e me entregaria.
mesmo sabendo que, mais uma vez, a gente seria só isso mesmo. Uma noite. E nada mais.
melancolia... melancolia...
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