1.4.07

Divagações I

Ela chegou, sem esperar nada da noite, assim como todas as outras em que ela saía. Vestiu aquela mesma roupa, com a sandália que não machucava o pé, comprou uma caipirinha e entrou. A banda já estava tocando e lá se foram, encostar naquele lugar de onde se podia ver quase tudo.


As bandas subiam, cantavam e saiam do palco, o ritmo frenético da zabumba, do batuque, do capta, do Totte, do chip, do triângulo, da percussão, do Quaresma, da guitarra...


O tempo passou e ela nem viu, dentre conversas e goles de bebida, abraços e assuntos sérios, uma conversa que ensinou-a muito e a fez ganhar uma amiga-adulta nova, a noite foi virando.. tornando-se dia... e ninguém notou...

E assim, quando ela pensou que ia ser como todas as outras noites de todas as outras semanas dos meses que já passaram, ele sentou do seu lado e os dois conversaram. Assuntos sem importância, amenidades que fizeram aquele mesmo tempo passar ainda mais rápido.

Não, o coração dela não parou nem tremeu.

Há quem diga que, em meio a música e gritos, ouviu-se um barulhinho que, ao ouvido desatento passaria despercebido.





Para ela, não. O barulho aparecia de vez em quando: era um pulo de seu coração.

.....................divagações de um domingo assim.................................