21.9.10

só sofro...



porque quando sinto, sinto muito. e quando beijo, vou até o fim. e quando mergulho, só paro até chegar no fundo. e quando sofro...ah, quando sofro não sinto, não beijo e nem mergulho. só sofro.

e durante o almoço, quando me perguntaram do que eu tinha medo, respondi de supetão: de sofrer. porque? porque sofrer é ruim, e tudo acaba em sofrimento... isso, tudo acaba em sofrimento. as coisas boas, as ruins, as nem tão legais assim acabam, e a gente sempre sofre no final.

E por enquanto eu não quero sofrer. É porque sou fraca, e medrosa, e tenho transtorno obsessivo compulsivo. e quando sofro...ah, quando sofro não sinto, não beijo e nem mergulho.

só sofro...

1.9.10

Pra pensar

O telefone toca e ela sente aquele arrepiozinho que dá bem na espinha. É ele. E ela atende, faz voz de quem estava ocupada/acordada/fazendo alguma coisa. E responde que não, estava mesmo de bobeira. E conversa um pouco. Amenidades/besteiras/nada importante. E ele pede para ela olhar a lua. E ela mente, diz que já viu, que está linda. Até porque mesmo se não estivesse, estaria.

E quando acaba ela não entende/quer entender/duvida.

E quando realmente acabar ela tem uma certeza: que não importa o que ela disse/fez/pensou vai doer. e muito.

Pensar em nada

Todo dia, tudo sempre igual. Uma consulta ali, um trabalho pela manhã, outro a tarde. E a noite eu fico a esmo, cansada de tudo isso. Tentando me encontrar onde não há nada.

Na varanda eu sou mais eu, eu fico caladinha, vendo a lua, vendo a noite acabar e o dia chegar bem devagar. E eu penso que vai ser assim pra sempre - e é clichê. E é normal. Mas eu me acostumei, me acomodei com isso que eu chamo de vida.

Hoje alguém falou que a gente não manda no coração - mas eu queria. E é tanto querer, tanta coisa, tanta dúvida e tão pouca certeza que eu nem sei mais. Aliás, acho que nunca soube. Eu queria escolher o caminho certo, com a paixão de quem ama a vida, de quem sabe o que quer dela. Mas eu queria. E é tanto querer.

E agora já é tarde, vou para a varanda. Fumar um ou dois cigarros e pensar em nada.




The Most Beautiful Suicide

On May Day, just after leaving her fiancé, 23-year-old Evelyn McHale wrote a note. ‘He is much better off without me … I wouldn’t make a good wife for anybody,’ … Then she crossed it out. She went to the observation platform of the Empire State Building. Through the mist she gazed at the street, 86 floors below. Then she jumped. In her desperate determination she leaped clear of the setbacks and hit a United Nations limousine parked at the curb. Across the street photography student Robert Wiles heard an explosive crash. Just four minutes after Evelyn McHale’s death Wiles got this picture of death’s violence and its composure. The serenity of McHale’s body amidst the crumpled wreckage it caused is astounding. Years later, Andy Warhol appropriated Wiles’ photography for a print called Suicide (Fallen Body).